Exatamente no dia do meu aniversário, estávamos a chegar a Atenas, avizinhava-se uma prova muito interessante, para quem vive com a esclerose múltipla há 32 anos, subir á Acrópole sem bengala, 27 anos depois de ter lá estado, hoje no dia do meu 50º Aniversário.
Sempre que olho para a Acrópole, fico fascinado como da primeira vez, quando ali estive com 23 anos, também na altura do meu aniversário. Há um ano tinha estado ali com a minha mulher, mas não subi, porque percebo que para ela era muito violento, tendo em conta que temos os dois a mesma doença.
Hoje decidi fazer os pés a esta aventura, mas deixei-a por instantes bem instalada numa esplanada com um vista de sonho para a Acrópole, mas sempre em contacto, se fosse preciso eu voltar á base.
Ao longo desta caminhada, enviava-lhe fotografias da vista e dos templos lá em cima, fazer uma tour “virtualmente” mas numa proximidade muito curta.
Foi um verdadeiro sonho, que se tornou realidade, um experiência extraordinária, não sentimos a distância de estar cada um em seu sitio, sentimos a cumplicidade, o amor, o afeto que temos um pelo outro, em ver que eu consegui, motivo de orgulho para nós dois.